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Hoje

Posted by Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ Sheila Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ on 18.11.08

Engraçado como a vida nunca cansa de nos ensinar.
Já havia decidido que não iria para Joinville em novembro, pois, além dos compromissos profissionais que se avolumam no final de ano por causa das férias forenses, também estou em contenção de despesas. Logo, se o Natal já está praticamente batendo na porta, poderia unir o útil ao agradável e viajar só uma vez (e na véspera).
Entretanto, algo me tocou profundamente. Um dos clientes do escritório, com quem mantemos contatos periódicos, sofreu um acidente (inalou gás numa inspeção de rotina a um poço e perdeu os sentidos), que, em minutos, mudou a sua vida e de seus familiares para sempre. Perplexa, ouvi o relato de sua sogra passar pelas palavras: coma, derrame, perda de memória e funções, cadeira de rodas, seqüelas. Desliguei o telefone completamente passada. Como é que pode? Falamos com ele ainda ontem... É aquela famosa sensação de assombro, pois vivemos como se coisas deste tipo nunca fossem acontecer com pessoas de nosso convívio.
Impossível não divagar... E se um raio caísse na minha cabeça neste exato momento (ei, não teve aquele cara que foi atingido jogando futebol?), de que adiantaria a minha economia? E se eu tivesse que viajar para um funeral, não arranjaria tempo e dinheiro? Claro que sim!
Hoje, eu tenho escolha: posso viajar e ir ao encontro da minha família, dos meus amigos, das pessoas que são o meu alicerce de vida. Confesso, que a simples idéia de que, de repente, a singela possibilidade de abraçar um ente querido possa não mais ser uma opção, me apavora.
Não devemos, em hipótese nenhuma, ficar antenados vinte e quatro horas nas desgraças do mundo. Afinal, "pensamentos se transformam em coisas". Se passarmos o dia ouvindo ou lendo sobre os acidentes, os assassinatos, os assaltos, enfim, sobre essa sombra que paira sobre nosso planeta, nunca mais sairemos de casa. Viraremos prisioneiros de nossos próprios medos.
Claro, também não podemos ir ao extremo, e sermos completamente desleixados. Gosto de pensar que Deus está sempre vigilante, mas, na maioria das vezes, Ele precisa das nossas mãos para os detalhes (ou seja, não adianta deixar o carro todo aberto em uma área perigosa e ficar parado, rezando para não ser roubado).
Entretanto, também não podemos viver como se todas as pessoas fossem imortais. Como se dispuséssemos de todo o tempo do mundo para fazer as coisas do nosso modo, na hora que bem entendermos. Não podemos negligenciar hoje pensando que sempre teremos amanhã para consertar. Infelizmente, só o agora está nas nossas mãos. O ontem já era, e o amanhã, foge completamente do nosso controle.
Afinal... e, se o amanhã não chegar? Qual foi a última coisa que você fez ou falou para as pessoas que lhe são caras? Já pensou nisso? Já imaginou que o abraço que você economizou hoje, por medo, orgulho ou desleixo, poderá nunca mais ser dado justo naquela pessoa que você sabe ser tão especial? Já refletiu que aquela besteira que você falou só para ganhar a discussão, pode ser a última conversa que você teve com seu amor, sua amiga, seu parente?
Termino essa reflexão com uma frase cuja autoria desconheço, mas que, nem por isso, deixa de ser um grande ensinamento: "Sonhe como se fosse viver para sempre, viva como se fosse morrer amanhã!".

PS: Já comprei as passagens e coloquei a sombrinha na mala... Joinva, me aguarde!

1 Comments


Oi, minha amiga!

Sumi de novo, né?
Só vi seu recado de que viria pra cá depois de passado o fim de semana! Que pena! Queria ter encontrado com você!

Espero que tenha sido uma ótima viagem e que tenha sido revigorante!

Abraços "úmidos" de chuva!

Lu.

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