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Faxina

Posted by Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ Sheila Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ on 14.11.08

Não resisto ao clichê da famosa limpeza da virada do ano.
Janelas, armários, chão, teto, livros, cd´s, louça... nada escapa da minha vassoura voraz.
Mas, este ano, resolvi fazer diferente. Sempre que iniciava a limpeza, ficava agoniada para terminar. E, nesta pressa toda, minha casa virava um campo de batalha (minado). Ir no banheiro em plena madrugada, com as luzes apagadas e entorpecida pelo sono, poderia se transformar num acidente sem proporções. Isso sem contar que só conseguia ir trabalhar no dia seguinte a base de dorflex.
Desta vez, resolvi curtir a jornada (tanto quanto é possível desfrutar o cheirinho da k-boa). Coloco um som adequado (Britney Spears, Madonna, e afins), minha roupa de guerra, e me concentro num lugar por vez (bom... quero dizer... "tento"). Confesso que é um exercício de paciência. Percebi que ficar muito tempo num mesmo lugar me deixa desconfortável. Se estou arrumando o quarto e vou buscar algo na cozinha, meu primeiro impulso é começar a fuçar no banheiro. Deu para entender a bagunça? Descobri que na ânsia de fazer tudo ao mesmo tempo, fico completamente travada.
Logo, estou aprendendo com a esponja e o sabão, a ter foco.
Incrível como tenho dificuldade de abrir certas gavetas... de me desfazer de coisas que não servirão mais em mim nem numa próxima vida... de mudar os objetos de lugar. Aliás, mudanças para mim sempre foram traumáticas (dizem que é do signo). Gosto dos meus livros arrumados em ordem, por assunto, autor e tamanho. E, o dia que meu namorado disse que estava muito padronizado e arrumou de uma forma mais desorganizada, meu coração quase parou. Parecia que eu tinha perdido o domínio daquele espaço e nunca mais iria achar a Norah Roberts (que, deveria estar ao lado da Janet Dailey e não em cima do Stephen King). Mas, aprendi que há um certo alívio na desordem (organizada)... que os livros podem estar fora do lugar e manter o seu segredo... e, o que é melhor: não preciso ter um ataque de pânico só porque a simetria foi para o espaço.
Logo, estou aprendendo com o perfex, o Poliflor (brilho seco) e um "certo" geminiano cheio de criatividade, a abrir mão do controle.
Não é a toa que os livros de auto-ajuda alardeiam que, às vezes, ao fazermos uma faxina no quarto, estamos limpando também as teias da alma. É uma simbologia complexa e perfeita, e corremos o risco de passar o vidrex na janela e, por via indireta, iluminarmos os cantos escuros da mente.
Não sei quanto tempo vou levar para colocar a casa em ordem. Só sei que estou disposta a abrir, no meu próprio ritmo, cada gaveta, cada porta, revirar cada cantinho. Quero passar adiante o que não mais me serve, jogar fora os cacos que não podem ser colados, dar lugar ao novo, ousar (tanto quanto meu signo permita).
Tenho certeza que, ao terminar, vou estar moída fisicamente... mas, muito mais inteira (e, claro, com o ninho bem cheiroso).

2 Comments


Amiga querida,

Que bom que você resolveu finalmente soltar a escritora que vivia presa em você (e em seu PC..hehe)!

Comentando o assunto, realmente sou obrigada a concordar com tudo!

Então: viva o Perfex, o Vidrex, o Poliflor e, principalmente a "limpeza da alma"!

Abraço apertado,

Lu.

ps: se a Unilever descobre este texto, vai querer usá-lo no próximo comercial de TV... hehehe


Seu pai falou ontem: "A Sheila está fazendo faxina"... agora entendi o que ele quiz dizer...rsrs

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